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Educação Tarefa de emergência
por Osmar Marthi Filho

Nosso mundo passa por profundas transformações, tanto do ponto de vista material, quanto social, político, econômico e moral. O Espiritismo alerta-nos que são chegados os tempos da idade viril da Humanidade, como
preconiza o insigne Codificador,Allan Kardec, em A Gênese.1

Mas toda transformação implica em mudanças e estas demandam de cada um de nós novas posturas; para isso, precisamos estar preparados para o novo.

Somos Espíritos em longa jornada evolutiva, na qual fomos angariando experiências ao longo de inúmeras reencarnações e, desse modo, construindo nossa milenar bagagem evolutiva.

Diante dos novos tempos, que se descortinam para a Humanidade – Nova Era,a Era de Regeneração – é fator preponderante para garantirmos nossa entrada segura nessa era de amor: a Educação, aqui entendida como “o conjunto de hábitos adquiridos”, como Kardec a considera.2 

Embora precisemos acompanhar o progresso material, social, cultural de nossa sociedade, jamais podemos abrir mão dos valores ético-morais que caracterizam o Cristianismo e o Espiritismo, os quais têm como base a lei áurea, anunciada por Jesus, há dois mil anos: “Fazer ao próximo o que gostaríamos que nos fosse feito”, “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” (Lucas, 10:27).

Santo Agostinho traz-nos importantíssimas orientações sobre a Educação em seu belíssimo texto “A ingratidão dos filhos e os laços de família”,3 no qual nos ensina que a principal missão dos pais é “aproximar de Deus” a alma de seus filhos. Clara a orientação do nobre Espírito: a de que temos que envidar todos os nossos esforços para identificar as más tendências de nossos educandos, corrigindo-as e incentivando suas virtudes. Essa é a missão que nos está confiada pelo Criador e da qual teremos que prestar contas.

O Espiritismo é uma Doutrina educadora por excelência, a própria reencarnação é um processo de reeducação do ser, pois retornamos crianças a um lar, a uma família, para sermos reeducados, pois, como criança, o Espírito está mais acessível a receber a orientação dos pais e educadores, seja na escola, seja na Casa Espírita, seja por meio da Evangelização Infantojuvenil.

Lembremo-nos de que mais forte que mil palavras é o exemplo. A criança observa as condutas e atitudes daqueles com quem convive mais diretamente, podendo comportamento No mundo de hoje, em que há extrema liberdade, precisamos nos lembrar do profundo ensinamento do Apóstolo Paulo, quando nos diz: “Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém” (I Coríntios, 6:12),4 alertando-nos quanto aos limites de nossa conduta e, sobretudo, às consequências de nossos atos.

A criança e o jovem precisam aprender que suas atitudes têm consequências, e sua liberdade, limites, exatamente onde começa o direito alheio, e que precisamos responder por nossas ações, perante as leis humanas e, sobretudo, perante as leis divinas, insculpidas em nossa consciência, daí o termo responsabilidade. Algo um tanto esquecido nos dias de hoje.

Instado sobre essa questão, Divaldo Pereira Franco, educador de almas, orienta-nos que “a educação espírita, trazendo a evangelização infantojuvenil à luz do Espiritismo, é tarefa de emergência, mais que de urgência. Vou deixá-lo crescer, depois ele escolherá (a Religião que quiser seguir) representa, para mim,o mesmo que o deixar contaminar-se com o tétano, ou outra enfermidade, para depois aplicar o remédio [...]”.4

A Doutrina Espírita e a Casa Espírita muito podem contribuir com os pais e os educadores em suas relações com as crianças e jovens, no âmbito da educação, especialmente nas tarefas da Evangelização infantojuvenil, que devem ser trabalho essencial na Casa Espírita, conduzindo-as com extremo carinho e cuidado, pois estamos, dessa forma, contribuindo para formar Espíritos melhores, os quais, por sua vez, transformarão o Planeta em Mundo
de Regeneração. Se a Casa Espírita não tem, deve formar esse trabalho;se tem, deve mantê-lo e melhorá-lo.As Federativas espíritas, órgãos de Unificação do Movimento Espírita,têm a obrigação de apoiar essas tarefas nos centros, devendo trocar experiências entre si, no intuito de aprenderem conjuntamente e ampliarem esse importantíssimo trabalho.

Por outro lado, os pais, frequentadores ou não das casas espíritas, têm, nesse serviço, prestado pelo Centro Espírita, importantes subsídios que os auxiliarão na educação de seus filhos, bem como no grupo de pais, ou escola de pais, que será então um espaço para troca de experiências e de aprendizagem da difícil e fundamental tarefa de educar Espíritos.

Além disso, as Mocidades e Juventudes Espíritas oferecem ao jovem um grupo – já que nessa fase o jovem aceita conviver em grupo – o qual deverá ser um grupo harmonioso,equilibrado, saudável, formado por jovens que, via de regra, frequentaram a Evangelização Infantil, cujas famílias conhecemos e que, geralmente, também frequentam a Casa Espírita.

Içami Tiba nos diz: “Os pais que encaminham o filho para alguma religião, não vão buscá-lo na cadeia”5. Embora deva haver casos em que, mesmo recebendo orientação moral, o Espírito possa equivocar-se em função de suas tendências, ao receber, porém, ensinamentos de boa conduta e religiosidade, torna-se mais fortalecido no bem, como que vacinado contra desvios mais graves.

Recorrendo a Jesus, ao Educador dos Educadores, Mestre de nossas vidas, aprendemos com Ele a pedagogia do amor, que não julga, não condena, não força consciências,mas convida, conduz, traz à tona as aquisições anteriores. Daí o termo educação – do latim educare – ex--ducere –, que significa conduzir para fora, tirar de dentro de – ou seja,reorganizar os conteúdos do Espírito.

Como ocorreu na célebre passagem da mulher adúltera, Jesus não a condenou, nem a eximiu de suas responsabilidades, dizendo àqueles que a queriam lapidar: “Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado”(João, 8:7). Como todos se retirassem, ficando a sós com ela, diz-lhe: “Vai e não peques mais” (João, 8:11), mostrando com isso que não temos o direito de julgar e condenar, mas tão somente o de,com amor, despertar a criatura para
as responsabilidades e consequências de suas atitudes, porque o amor é o grande recurso do educador.

Referências:


1KARDEC, Allan. A gênese. Trad. Guillon Ribeiro. 52. ed. 5. reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2012. Cap. 18, it. 14.
2______. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 92. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2012. Comentário de Kardec à q. 685a.
3______. O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 130. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2012.Cap. 14, it. 9.
4FRANCO, Divaldo P. Diálogo com dirigentes e trabalhadores espíritas. São Paulo: USE, 1981. p. 67-68. 

5Palestra ministrada pelo médium psiquiatra Dr. Içami Tiba, em Curitiba. Disponível em: <www.spiritismo.de/Evangelizacao.htm>. Acesso em: 23/7/2008.

Fonte: http://www.sistemas.febnet.org.br/reformadoronline/pagina/?id=321

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